quarta-feira, 13 de julho de 2011

time

Confesso que não quero crescer. Sinto-me perdida, acho que já só vivo em função das horas que passam. O meu relógio, é o meu coração, o meu pulmão, o meu cérebro, o meu fígado, todos os órgãos em mim. Desisto até de tentar endireitar uma moldura na parede. Desisto de me olhar ao espelho e perguntar "quem és tu" porque rapidamente surge a resposta "ninguém comparado com o que foste." Não tenho vontade de nada. Olho para comprimidos e penso que talvez devesse engoli-los a pensar que são rebuçados. Mas logo a seguir penso o que haverá depois disso.E depois penso também o que é que interessa. Funciono à base do anjo e do diabo sobre os meus ombros, a decidirem por mim o que vou ou não fazer, e depois apenas a minha mente sofre as consequências dos actos de outréns. Da palavras, dos gestos, dos olhares, das provocações. Sempre me perguntei o que era, e o que fazia aqui. Porque é que tinha e passar por isto ou por aquilo. Faz de mim uma pessoa isto ou uma pessoa aquilo, então e de que serve tudo isso? De que serve ser pessoa isto ou pessoa aquilo, se um dia mais tarde ser pessoa não vai servir de nada? Se tiver que ser maltratada, sou, se tiver que ser judiada, sou. Queria parar o tempo. Parar o meu relógio. Ou então, apenas mudar-lhe a rotina. Mas tudo me parece "impossível", aquele "impossível" que não é escrito a lápis numa folha de papel que outrora foi uma árvore, e onde se apaga o "im" para tudo se tornar possível. O impossível verdadeiro. Não acredito em nada. Não confio em ninguém. Engano-me a mim propria, e tento achar que é fácil fazer-me de forte. Sinceramente, isto é que é viver? A esperar que tudo caia do céu ou de outro lado qualquer? Oiço tudo o que dizem, e já me calo. Ja nem sei ripostar. Não tenho paciência, é sempre tudo uma puta de um rotina que me enjoa. O que me resta ainda ? Nem sei se quero saber .. Repito que só queria poder parar o tempo.

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